sábado, 5 de janeiro de 2008

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

SEXUALIDADE NO CID - 10

SEXUALIDADE NO CID - 10

F64 Transtornos da identidade sexual

F64.0 Transexualismo - Trata-se de um desejo de viver e ser aceito enquanto pessoa do sexo oposto. Este desejo se acompanha em geral de um sentimento de mal estar ou de inadaptação por referência a seu próprio sexo anatômico e do desejo de submeter-se a uma intervenção cirúrgica ou a um tratamento hormonal a fim de tornar seu corpo tão conforme quanto possível ao sexo desejado.

F64.1 Travestismo bivalente - Este termo designa o fato de usar vestimentas do sexo oposto durante uma parte de sua existência, de modo a satisfazer a experiência temporária de pertencer ao sexo oposto, mas sem desejo de alteração sexual mais permanente ou de uma transformação cirúrgica; a mudança de vestimenta não se acompanha de excitação sexual.
Transtorno de identidade sexual no adulto ou adolescente, tipo não-transexual
Exclui:
travestismo fetichista (F65.1)

F64.2 Transtorno de identidade sexual na infância - Transtorno que usualmente primeiro se manifesta no início da infância (e sempre bem antes da puberdade), caracterizado por um persistente em intenso sofrimento com relação a pertencer a um dado sexo, junto com o desejo de ser (ou a insistência de que se é) do outro sexo. Há uma preocupação persistente com a roupa e as atividades do sexo oposto e repúdio do próprio sexo. O diagnóstico requer uma profunda perturbação de identidade sexual normal; não é suficiente que uma menina seja levada ou traquinas ou que o menino tenha uma atitude afeminada. Os transtornos da identidade sexual nos indivíduos púberes ou pré-púberes não devem ser classificados aqui mas sob a rubrica F66.-.
Exclui:
orientação sexual egodistônica (F66.1)
transtorno da maturação sexual (F66.0)

F64.8 Outros transtornos da identidade sexual

F64.9 Transtorno não especificado da identidade sexual

Transtorno do papel sexual SOE

F64 Transtornos da identidade sexual

F64.0 Transexualismo - Trata-se de um desejo de viver e ser aceito enquanto pessoa do sexo oposto. Este desejo se acompanha em geral de um sentimento de mal estar ou de inadaptação por referência a seu próprio sexo anatômico e do desejo de submeter-se a uma intervenção cirúrgica ou a um tratamento hormonal a fim de tornar seu corpo tão conforme quanto possível ao sexo desejado.

F64.1 Travestismo bivalente- Este termo designa o fato de usar vestimentas do sexo oposto durante uma parte de sua existência, de modo a satisfazer a experiência temporária de pertencer ao sexo oposto, mas sem desejo de alteração sexual mais permanente ou de uma transformação cirúrgica; a mudança de vestimenta não se acompanha de excitação sexual.
Transtorno de identidade sexual no adulto ou adolescente, tipo não-transexual
Exclui:
travestismo fetichista (F65.1)

F64.2 Transtorno de identidade sexual na infância - Transtorno que usualmente primeiro se manifesta no início da infância (e sempre bem antes da puberdade), caracterizado por um persistente em intenso sofrimento com relação a pertencer a um dado sexo, junto com o desejo de ser (ou a insistência de que se é) do outro sexo. Há uma preocupação persistente com a roupa e as atividades do sexo oposto e repúdio do próprio sexo. O diagnóstico requer uma profunda perturbação de identidade sexual normal; não é suficiente que uma menina seja levada ou traquinas ou que o menino tenha uma atitude afeminada. Os transtornos da identidade sexual nos indivíduos púberes ou pré-púberes não devem ser classificados aqui mas sob a rubrica F66.-.
Exclui:

orientação sexual egodistônica (F66.1)
transtorno da maturação sexual (F66.0)

F64.8 Outros transtornos da identidade sexual

F64.9 Transtorno não especificado da identidade sexual

Transtorno do papel sexual SOE

F65 Transtornos da preferência sexual

Inclui: parafilias

F65.0 Fetichismo - Utilização de objetos inanimados como estímulo da excitação e da satisfação sexual. Numerosos fetiches são prolongamentos do corpo, como por exemplo as vestimentas e os calçados. Outros exemplos comuns dizem respeito a uma textura particular como a borracha, o plástico ou o couro. Os objetos fetiches variam na sua importância de um indivíduo para o outro. Em certos casos servem simplesmente para reforçar a excitação sexual, atingida por condições normais (exemplo: pedir a seu parceiro que vista uma dada roupa).

F65.1 Travestismo fetichista - Vestir roupas do sexo oposto, principalmente com o objetivo de obter excitação sexual e de criar a aparência de pessoa do sexo oposto. O travestismo fetichista se distingue do travestismo transexual pela sua associação clara com uma excitação sexual e pela necessidade de se remover as roupas uma vez que o orgasmo ocorra e haja declínio da excitação sexual. Pode ocorrer como fase preliminar no desenvolvimento do transexualismo.
Fetichismo com travestismo

F65.2 Exibicionismo - Tendência recorrente ou persistente de expor seus órgãos genitais a estranhos (em geral do sexo oposto) ou a pessoas em locais públicos, sem desejar ou solicitar contato mais estreito. Há em geral, mas não constantemente, excitação sexual no momento da exibição e o ato é, em geral, seguido de masturbação.

F65.3 Voyeurismo - Tendência recorrente ou persistente de observar pessoas em atividades sexuais ou íntimas como o tirar a roupa. Isto é realizado sem que a pessoa observada se aperceba de o sê-lo, e conduz geralmente à excitação sexual e masturbação.

F65.4 Pedofilia - Preferência sexual por crianças, quer se trate de meninos, meninas ou de crianças de um ou do outro sexo, geralmente pré-púberes ou no início da puberdade.

F65.5 Sadomasoquismo - Preferência por um atividade sexual que implica dor, humilhação ou subserviência. Se o sujeito prefere ser o objeto de um tal estímulo fala-se de masoquismo; se prefere ser o executante, trata-se de sadismo. Comumente o indivíduo obtém a excitação sexual por comportamento tanto sádicos quanto masoquistas.

Masoquismo
Sadismo

F65.6 Transtornos múltiplos da preferência sexual - Por vezes uma pessoa apresenta mais de uma anomalia da preferência sexual sem que nenhuma delas esteja em primeiro plano. A associação mais freqüente agrupa o fetichismo, o travestismo e o sadomasoquismo.

F65.8 Outros transtornos da preferência sexual - Diversas outras modalidades da preferência e do comportamento sexual tais como o fato de dizer obscenidade por telefone, esfregar-se contra outro em locais públicos com aglomeração, a atividade sexual com um animal, o emprego de estrangulamento ou anóxia para aumentar a excitação sexual.
Bolinagem
Necrofilia

F65.9 Transtorno da preferência sexual, não especificado
Desvio sexual SOE

F66 Transtornos psicológicos e comportamentais associados ao desenvolvimento sexual e à sua orientação

Nota:
A orientação sexual por si não deve ser vista como um transtorno.

F66.0 Transtorno da maturação sexual - O paciente está incerto quanto a sua identidade sexual ou sua orientação sexual, e seu sofrimento comporta ansiedade ou depressão. Comumente isto ocorre em adolescentes que não estão certos da sua orientação (homo, hetero ou bissexual), ou em indivíduos que após um período de orientação sexual aparentemente estável (freqüentemente ligada a uma relação duradoura) descobre que sua orientação sexual está mudando.

F66.1 Orientação sexual egodistônica - Não existe dúvida quanto a identidade ou a preferência sexual (heterossexualidade, homossexualidade, bissexualidade ou pré-púbere) mas o sujeito desejaria que isto ocorresse de outra forma devido a transtornos psicológicos ou de comportamento associados a esta identidade ou a esta preferência e pode buscar tratamento para alterá-la.

F66.2 Transtorno do relacionamento sexual - A identidade ou a orientação sexual (hetero, homo ou bissexual) leva a dificuldades no estabelecimento e manutenção de um relacionamento com um parceiro sexual.

F66.8 Outros transtornos do desenvolvimento psicossexual

F66.9 Transtorno do desenvolvimento sexual, não especificado

A SEXUALIDADE DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA FÍSICA

A SEXUALIDADE DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA FÍSICA
Por Fernando Melo - Palestra apresentada na UPE

Falar sobre a sexualidade do portador de deficiência física implica necessariamente em abordar o conceito sexualidade humana de forma ampla, em toda sua dimensão, ou seja, abrangendo os aspectos físico-biológicos, socioculturais, econômicos e políticos.
Estudos mostram que a sexualidade masculina é mais centrada nos órgãos genitais (no pênis), diferentemente da sexualidade feminina, que é mais difusa sobre seu corpo. O corpo predominantemente genitalizado do homem pode ser explicado em função de que este, independentemente de classe social, submetido historicamente ao processo de produção, foi canalizado para o trabalho.
Indícios de mudanças aparecem na classe média, na qual este modelo começou a ser rompido a partir do questionamento das relações de gênero, provocando uma maior eqüidade no que se refere ao direito à gratificação sexual e à valorização orgásmica da mulher.
Assim, a sexualidade masculina, como instrumento de dominação e poder, é uma postura sexual alienante. Essa alienação é parte constitutiva das sociedades que valorizam o trabalho em detrimento do prazer, negando o próprio corpo. São formas mascaradas de repressão, apesar da liberação sexual iniciada há três décadas com o advento da pílula anticoncepcional e a ascensão social e política da mulher.
Esses valores atingem de modo severo os portadores de deficiência física (em conseqüência de danos neurológicos). Estes, a despeito das disfunções sexuais presentes em diferentes níveis, quanto à ereção, ejaculação, orgasmo e reprodução, mantêm a sua sexualidade latente, quando entendida no seu conceito ampliado.
Há que se compreender, todavia, que, para o homem portador de deficiência física, tais limitações acarretam o sentimento de que lhe foi tirado o essencial de sua identidade masculina, construída culturalmente sob o significado simbólico do "poder do falo". Conseqüentemente, tiraram desse homem o "seu poder" nas relações sociais e interpessoais. Na mulher, o impacto da deficiência atinge a sexualidade na sua imediaticidade, ou seja, na sua aparência. Seu corpo, objeto de erotização, apresenta deformidades que o distanciam do modelo de "belo" e "perfeito" forjado pela cultura "machista" e pelo marketing das sociedades capitalistas.
Este pano de fundo está implícito na manifestação da sexualidade humana e, como tal, necessita ser aprendido e compreendido pelos profissionais da Saúde, em especial por aqueles que atuam no processo de reabilitação dos portadores de deficiência física. É necessário que se incorporem ações terapêuticas voltadas para a reabilitação sexual dessas pessoas para ajudá-las a superar suas dificuldades, para que possam exercitar sua sexualidade o mais plenamente possível, com a obtenção do prazer físico e psíquico, fatores contribuintes para sua reintegração social saudável.

Problemas sexuais da mulher portadora de deficiência

• Dificuldades de se identificar com o padrão estético de beleza adotado pela maioria.
• Preconceitos de homens frente ao fato da mulher ser portadora de deficiência.
• Medos fantasias e mitos que vem a mulher portadora de deficiência física como frágil, dependente física e emocionalmente, incapaz de sofrer frustrações.
• Imagem sexual desfavorável veiculada pela Mídia.
• Falta de informação sobre a sexualidade da mulher portadora de deficiência.
• Ausência de serviços de orientação sobre prevenção de D.S.T.
• Auto índice de abuso sexual de mulheres portadoras de deficiência. a de serviços de orientação sobre prevenção de D.S.T.
• Vivência de dupla discriminação quando a mulher portadora de deficiência é bissexual ou homossexual.

A sexualidade do homem portador de deficiência física

A qualidade de encontrar-se capacitado para a penetração norteia o homem. Ao se deparar com a dificuldade ou com a incapacidade em penetrar, o sentimento de não estar cumprindo seu papel é misturado ao sentimento de identidade masculina.
Para o homem portador de lesão medular, pode ocorrer o sentimento de que ele perdeu o essencial de sua masculinidade, se sentindo assim, sem o poder nas relações sociais e interpessoais.
Deficientes, incapazes de penetração, podem lançar mão de várias possibilidades de manifestação de sua sexualidade:

A existência do pênis ereto não torna a relação mais sólida;
A incontinência urinária não significa incompetência genital;
A ausência de sensações não significa ausência de sentimentos;
A inabilidade para se mover não significa inabilidade para agradar;
A presença de deformações não significa ausência de desejos;
A inabilidade para o desempenho não significa inabilidade para usufruir;
A perda das funções genitais não significa a perda da SEXUALIDADE”.

Para que o deficiente físico desenvolva um sexo saudável e prazeroso, sem as fantasias de que está perdendo sua identidade masculina, é necessário à aceitação de sua nova imagem corporal, a reestruturação de seu auto-conceito e adaptação às novas circunstâncias. O mais interessante é que cada deficiente resgate a auto-estima e descubra sua maneira de sentir prazer e se realizar.
O mais importante é alertar essa sociedade “deficiente” para o desenvolvimento da inclusão social e reabilitação dessas pessoas. E proporcionar-lhes informações corretas que deficiência física não é doença e sim uma nova condição física. E que elas, continuam sentindo desejos, prazer e muito afeto.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Inúmeras, são as possibilidades de se obter prazer na relação sexual sem penetração. O corpo possui uma gama de órgãos sensíveis, que podem provocar sensações agradáveis, inclusive que a deficiência proporciona abertura para o conhecimento de lugares excitantes desconhecidos.
Muitas vezes homens que não possuem nenhum tipo de deficiência têm pressa em atingir o orgasmo e não dão tanto valor para as preliminares, que para as mulheres, é de extrema importância, para que se consiga chegar ao orgasmo mais rápido.
No caso das pessoas deficientes físicas, verificou-se que este momento pode ser melhor aproveitado pelo casal, visto que não há mais tanta pressa.
O olhar aberto para o diferente é, apenas, a chave da inclusão social.

Inibição do Desejo Sexual ou Desejo Sexual Hipoativo

Inibição do Desejo Sexual ou Desejo Sexual Hipoativo

Em que consiste? – Definição

Consiste na inibição do desejo sexual de forma permanente e generalizada. O desejo sexual ou líbido é o conjunto de sentimentos que levam a pessoa a procurar actividade sexual ou a estar receptivo a ela. Assim, quando o desejo sexual está inibido a pessoa não está interessada na actividade sexual.
É importante verificar os vários fatores que podem estar associados ao funcionamento sexual, como a idade e o momento atual da vida que a pessoa atravessa, por exemplo, stress muito elevado devido ao emprego, a existência de uma doença e/ou estar a ser medicado com uma substância cujos efeitos são o diminuição do desejo sexual, ou simplesmente a ausência de um parceiro adequado.
Como posso verificar se existe ou não uma inibição do desejo sexual?
Se, tendo em conta os fatores anteriores, estes não justificam a inibição do desejo sexual, é necessário verificar qual é a frequência das relações sexuais. Considera-se baixa frequência se for inferior a uma vez cada duas semanas. É muito característico que a pessoa com desejo sexual hipoactivo tenha um défice ou uma ausência de fantasias e desejo de actividade sexual, ao mesmo tempo que sente um acentuado mal-estar ou dificuldade interpessoal.
A inibição do desejo sexual é uma disfunção que se está a diagnosticar cada vez com maior frequência, sendo talvez uma das mais frequentes na atualidade. Pode ter o seu início na puberdade, mas é mais frequente que surja após a idade adulta depois de ter existido um período de interesse sexual adequado.
Esta disfunção pode dar origem a muitos conflitos entre o casal. Em várias ocasiões o nível de desejo sexual sentido pela pessoa não é o problema, mas sim a discrepância ou diferença entre o nível de desejo sexual do indivíduo e o nível desejado ou exigido pelo parceiro.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Fantasias sexuais

Fantasias sexuais

Fernando Melo*


INTRODUÇÃO

Este estudo tem a pretensão de um dos temas mais extenso e envolvente e permeia o universo do exercício da sexualidade. A fundamentação teórica do mesmo foi possível, com base na bibliografia disponível e que se teve acesso no momento.

FANTASIA, é um tema relativamente explorado por diversos autores, que desenvolvem pesquisas e escrevem sobre suas experiências e descobertas. É um tema fantástico, que não se esgota por si mesmo, principalmente quando se aborda as fantasias sexuais. Considerando-se que uma de suas principais características, é a ausência de limites e a magia que a envolve “dissolve as repressões e restrições da realidade. Como todo imaginário erótico, ele se enfoca na satisfação do prazer”. (PARKER, 1991, p. 169).

FANTASIAS SEXUAIS

Fantasia

A palavra fantasia é originária do grego “phantasía” e do latim “phantasia”. No Dicionário Aurélio, fantasia é definida como: 1. Imaginação. 2. Obra ou criação de imaginação, concepção. 3. Capricho da imaginação; devaneio. 4. Capricho esquisitice, excentricidade... 5. Paráfrase de uma ópera... 6. Vestimenta usada pelos carnavalescos a que imita palhaços, tipos populares, figuras mitológicas, etc... 7. Jóia falsa ou de pouco valor. 8. Assombração, imagem, fantasma. Rasgar e fantasia. Mostrar a verdadeira face de sua personalidade, depois de haver tentado dissimulá-la. (FERREIRA, 1986, p. 757).

Através do Dicionário de Psicologia, verifica-se que a definição de fantasia, está voltada claramente para a: A construção mental consciente de imagens, de eventos ou objetos. Geralmente é uma atividade prazeirosa que pode indicar saúde psicológica e pode ser útil na exploração criativa de possíveis cursos de ação. O conteúdo da fantasia, como sonhos pode refletir importantes conflitos não resolvidos e um excessivo investimento na fantasia indica problemas psicológicos. (STRATTON & HAYES, 1994, p. 103).

Alguns autores colocam que a diferença entre fantasia, devaneio e o sonho, é que quando se está sonhando (durante o sono) não se tem controle consciente do conteúdo. Enquanto que durante a fantasia ou devaneio, é possível criar e recriar cenas, situações, episódios, mudar, tirar, colorir ao
bel-prazer, ou seja de forma consciente. Através da fantasia pode-se reviver situações, comportamentos e experiências satisfatórias e prazeirosas, expressar criatividades, satisfazer os mais variados desejos.

Fantasia Sexuais

Entendidas como: Imagens eróticas de relações sexuais, incluindo variações como encontro homossexuais, sexo grupal ou sadomasoquismo. Estudos indicam que a maioria das pessoas tem sete ou oito dessas fantasias todo dia, e que as mais comuns são substituição do parceiro usual, encontros sexuais forçados e observação de atividades sexuais. Elas não são necessariamente a chave para a orientação sexual básica de uma pessoa, mas podem revelar as necessidades de psicoterapia, como nos casos em que se verificam problemas de intimidade ou obsessão por estupro e imagens sádicas. (GOLDENSON & ANDERSON, 1989, p. 107).

A evocação de cenas eróticas, durante as fantasias sexuais, é o alimento da libido ou seja do desejo sexual. As fantasias podem acompanhar a masturbação solitária, o coito heterossexual e homossexual. Ocorrendo ainda quando se está quieto, Ouvindo música, caminhando e em muitas outras situações. A variedade das fantasias é infinita e diversificada. podem ser construídas sobre Situações imaginárias ou reais. Cada indivíduo constrói as imagens que lhe são mais excitantes e as faz desfilarem por sua mente.

A imaginação não impõe limites. O homem se realiza na fantasia, pois aí, ele reina absoluto. Só acontece o que ele realmente quer e como quer, porque tudo é permitido. “O bonito da fantasia é que ela dá liberdade para experimentar várias situações sexuais, além dos limites da realidade. (HEIMAN & LOPICOLLO, 1992, p. 89).

Mas apesar das fantasias não terem limites, além dos impostos pelo próprio indivíduo, não quer dizer que todas fantasias tornam-se reais. Os indivíduos, em sua grande maioria, têm fantasias sexuais desde a tenra idade, que se prestam a várias funções e a uma variedade de reações, que podem se satisfatórias, embaraçosas, desconcertantes ou até mesmo chocantes.

A criatividade e curiosidade são elementos marcantes da fantasia sexual, em qualquer fase da vida. Se, na infância as fantasias sexuais podem ser vistas como brincadeira após a mesma ocorre ao contrário. Possivelmente esta atitude esta presente porque o sexo é tratado como assunto sério. Como por exemplo, algumas instituições religiosas vêem o pensamento como ação. portanto o indivíduo que têm fantasias sexuais ou desejos quando esta acordando é pecador e necessita de penitência. Como se tivesse praticado a ação.

Os psicanalistas, formaram por algumas décadas o único grupo que se dedicou ao estudo da fantasia. Acreditavam que as fantasias sexuais “desviantes” (as que iam além dos atos heterossexuais), eram expressões imaturas do impulso sexual e eram obstáculos para o desenvolvimento da sexualidade sadia do adulto. Muitos acreditavam que as fantasias sexuais, fossem o início de algum comportamento desviante.

Fazem parte do ato de fantasiar, como já foi anteriormente descrito, a imaginação, a criatividade, a curiosidade e também a diversão. Mas, se a fantasia torna-se uma força controladora da vida de indivíduo, a diversão como elemento pode ser eliminada. A situação torna-se semelhante a do indivíduo viciado em jogo, esporte competitivo e outros, que se deixa dominar completamente, eliminando o lado divertido da situação. Muitas vezes torna-se difícil diferenciar a fantasia do desejo sexual.

A fantasia pode ser aliviada como ficção e irreal, o desejo é real. Em muitas situações a fantasia sexual expressa o desejo sexual, em outras situações provoca o desejo sexual. Mas, não requer que o que se fantasiou, vá se consumar. Como as fantasias não têm limites de cenários, circunstâncias, espaço e tempo muitas vezes são provocadas intencionalmente para passar o tempo; outras vezes para sair do aborrecimento. da rotina e ainda para simplesmente provocar o excitamento. Podem surgir na consciência de forma aparentemente casual, através de pensamentos ou sentimentos sobre os quais se tem pouca consciência e controle.

Normalmente quem está fantasiando quase sempre é o personagem e ou desempenha o papel principal na estória que está se desenvolvendo. Muitas fantasias ocorrem com freqüência e tornam-se preferidas. Podendo ocorrer que o indivíduo tenha preferência por algum tipo de fantasia sexual, porque contribui para a estimulação sexual. Também pode ocorrer que o indivíduo prefira ou sinta prazer em desempenhar o papel de diretor, controlando as cenas, enredo, atores, etc. Este tipo de fantasia devido e sua complexidade, é mais adequada para situações solitárias, do que durante as praticas sexuais. Outros tipos de fantasias sexuais, que também podem ser preferenciais, é a prática de sexo em grupo, sem nenhum personagem específicos ou linha de história ligando uma fantasia a outra.

As fantasias sexuais preferenciais, em duas situações podem se tornar problemáticas. Para alguns indivíduos o uso repetitivo e exclusivo da fantasia leva a uma situação, em que ela se torna indispensável para despertar o desejo sexual. Se o desejo depende só da fantasia, o indivíduo deixa de corresponder a(o) sua(eu) parceira(o). As fantasias sexuais raramente tornam-se obsessivas, a ponto de interferirem no pensamento e no comportamento.
As fantasias obsessivas merecem atenção e orientação específicas, porque interferem diretamente no pensamento e comportamento do indivíduo. Como a curiosidade e a criatividade são elementos fundamentais da fantasia, o desejo de conhecer algo não experienciado, proibido e/ou
inatingível, é com freqüência o ponto-chave das fantasias sexuais.

No que diz respeito à curiosidade, a fantasia pode ser excitante e intrigante, mas também pode incluir cenas completamente fora a realidade. A criatividade nas fantasias não está ligada somente à curiosidade, mas pode também estar vinculada à lembrança de experiência sexual já vivenciada. Comparando o que se passou, a fantasia pode ser melhorada a suavizada: os defeitos, falhas, cansaço e distrações desaparecerem, enquanto o prazer e ação aumentam. O indivíduo que está fantasiando, programa a ação e também as emoções e sensações dos personagens principais.

Na vida real é impossível controlar o caráter ou emoções de alguém. A maioria dos indivíduos acha que as fantasias sexuais são íntimas e privadas, e não as compartilham. No caso de casais, sugere-se que ao compartilhar as fantasias sexuais, os parceiros contribuem entre si para a melhoria dos relacionamentos, porque promove a intimidade e aumenta a compreensão.

Indivíduos com baixos níveis de desejo sexual, tem poucas fantasias sexuais. Estes, podem se beneficiarem de tratamento para formarem fantasias positivas. Algumas vezes as fantasias sexuais são usadas para despertar ou aumentar o desejo sexual. Também são usadas juntamente com a masturbação, e durante as práticas sexuais com parceiros. KAPLAN, em seu livro “A Nova Terapia do Sexo”, faz várias descrições de casos onde fantasias orientadas pelo terapeuta podem funcionar como ajuda para os indivíduos que estão se submetendo à terapia sexual.

As fantasias sexuais podem contribuir de várias maneiras, para a resposta sexual satisfatórias, tanto psicologicamente como fisiologicamente: age contra o aborrecimento; convergem pensamentos e sentimentos; promove a auto-imagem e propicia imaginar o parceiro ideal (ou vários parceiros).

As fantasias sexuais são privadas e fictícias, fornecendo ambiente seguro e protegido para deixar a imaginação e sentimentos vagarem sem limites ou censuras. Podendo também abruptamente serem interrompidas sem se tornarem desconfortáveis ou ameaçadoras. A segurança que tais fantasias não serão descobertas, é o elemento chave para que se dê continuidade às imagens eróticas.

As fantasias sexuais de todos os tipos funcionam como válvulas de escape psicológicas que descarregam tensões ou ansiedades internas, de uma forma relativamente indolor. (MASTERS & JOHNSON, 1988, p. 274).

Durante as fantasias podem surgir situações que contribuam para superar temores e medos infundados ou não, controlar ação e emoção, e ter recompensas por desvantagens pessoais que interferem na vida real. Normalmente surgem fantasias sexuais inoportunas, onde situações ou condutas podem ser consideradas anormais (mesmo sendo excitantes), podendo incluir alguma forma de punição ou dano. Nas fantasias podem ser incluídas aflições físicas como doenças, prisão, maldades e outros.

Algumas fantasias sexuais podem retornar repetidas vezes de boa vontade, mas às vezes apesar de serem invocadas elas retornam e provocam culpa, conflitos, ansiedades, etc. Podendo diminuir ou inibir completamente os sentimentos sexuais. Quando as fantasias sexuais são aflitivas e retornam seguidamente, faz-se necessário orientação e apoio psicológico.
FUNÇÕES DAS FANTASIAS SEXUAIS

A utilização das fantasias sexuais é bem variada, funcionando em diferentes níveis: incentiva a auto-confiança; como válvula de escape para sentimentos reprimidos; aumenta a excitação sexual.

As fantasias sexuais, muitas vezes são meios significativos e importantes que se tem para esclarecer e lidar com confusões e ou conflitos sexuais; uma vez que não costume falar e discutir sobre comportamento sexual. Elas podem ser um canal para antever uma experiência e preparar-se para ver come vai agir. Na adolescência essa situação ocorre com freqüência.

Ao visualizar, certas formas de atividade erótica, permite-se perceber alguns problemas que podem ocorrer. Repetindo uma cena inúmeras vezes, o indivíduo que está fantasiando pode desenvolver melhor a idéia, minimizar dificuldades e dessensibilizar parcialmente para os sentimentos de inadequação, embaraços e surpresas. Se a fantasia torna-se real, muito do imaginado acontece diferente, principalmente em relação a sentimentos, ritmos, cor, som e outras particularidades.

Os valores sexuais e pessoais podem diferir consideravelmente do real e das fantasias sexuais. outros não estão propensos a realizá-las. Alguns fatores que podem ser relevantes para um indivíduo, querer ou não transformar em realidade suas fantasias: (1) quão poderoso é o interesse erótico envolvido. (2) Quão receptivo, digno de confiança e compreensivo se percebe que o parceiro seja, (3) como a pessoa se sente sobre si mesma, e (4) quão inusitada ou bizarra parece a fantasia. (MASTERS & JOHNSON, 1988, p.278).

Ao optar por realizar suas fantasias sexuais o indivíduo. Muitas vezes fica desapontado, pois a transformação da fantasia em fato é insatisfatório, resultando às vezes numa perda significativa do valor erótico da fantasia ou fantasias.

FANTASIA SEXUAL E PROSTITUIÇÃO

Os homens. geralmente procuram os indivíduos de ambos os sexos (principalmente os do sexo feminino), para com eles vivenciarem uma ou várias fantasias sexuais. A situação freguês/prostituto(a) é relativamente segura do ponto de vista psicológico, por algumas razões: o profissional do sexo é alguém experiente, e que não estranha qualquer pedido “diferente”; o relacionamento freguês/ profissional do sexo, é protegido; a privacidade é assegurada e a experiência é isolada das vivências diárias; o relacionamento é primariamente sexual em vez de pessoal; o homem que solicita a um profissional do sexo práticas sexuais “fora do comum”, não arrisca a perda da autoestima ou reputação sexual. se ele pode pagar o preço.

CONTEÚDO DAS FANTASIAS SEXUAIS

Como as fantasias sexuais não tem parâmetros de limite, há uma grande variação em seu conteúdo. que é diferente de indivíduo para indivíduo. As fantasias de experimentação são usadas ás vezes para minimizar o enfastio sexual. Podendo-se visualizar experiências que nunca foram vivenciadas na realidade. Seu conteúdo pode enfocar situações novas, explorar formas incomuns de práticas sexuais. Para alguns indivíduos, a evocação do proibido é importante, para outros o desejo pelo singular ou pelo não experienciado é mais significativo e satisfatório.

O poder é o elemento e a essência de todas fantasias de conquista. É expresso na habilidade para comandar, forçar ou seduzir alguém a manter relacionamento sexual. Se a força física estiver envolvida, a fantasia pode ser classificada como estupro ou sadomasoquismo. A idéia de ser conquistado, dá o tom na fantasia de conquista. Os papéis que podem ser assumidos neste tipo de fantasia são variados e inúmeros. A dominação/humilhação, também fazem para da fantasia de conquista/conquistado. Além do poder, as circunstâncias criadas podem ser embaraçosas ou deprimentes.

As fantasias sexuais com um parceiro diferente é a mais comum das fantasias. O imaginado pode ser alguém conhecido anteriormente ou alguém considerado desejável. O sexo com celebridades, é um subtipo de fantasia, troca de parceiro. O sexo em grupo é outro tipo de fantasia que se enquadra como troca de parceiros. podendo envolver orgias bem elaboradas, amigos, profissionais do sexo, práticas sexuais hetero e/ou homossexual.

As fantasias de observação, também são relativamente comuns. O indivíduo que tem este tipo de fantasia, normalmente não participa da ação. Estas fantasias são comuns entre conjugues, onde uns dos dois fantasia o outro realizando práticas sexuais com outro parceiro. As fantasias de estupro ocorrem mais com a mulher, mas alguns homens heterossexuais fantasiam serem violentados por homossexuais.

Existem, as fantasias romanceadas e mais calmas, onde ocorre encontro com uma pessoa desconhecida em condição e lugar perfeitos; onde desabrocha a atração romântica e acontece o encontro sexual. Depois, cada qual segue seu caminho sem obrigações e felizes. As fantasias sexuais sadomasoquistas, apresentam imagens que envolvem indivíduos sendo amarrados, surrados, chicoteados, sofrendo cócegas, algemados e outras formas de agressão. Força física e dor são elementos presentes nestas fantasias. O poder de excitação está ligado com os protestos da vítima.

DIFERENÇAS ENTRE AS FANTASIAS MASCULINAS E FEMININAS

Pesquisas indicam que os indivíduos de ambos os sexos possuem semelhanças de conteúdo em suas fantasias sexuais. As fantasias femininas são claras explicitas e detalhadas sexualmente. Para ambos os sexos as fantasias sexuais acorrem, mais freqüentemente durante a masturbação, do que durante as práticas sexuais, com parceiro. Mas tanto homens como mulheres usam as fantasias para intensificar a excitação sexual.

Pensava-se que as mulheres não tinham fantasias sexuais, mas inúmeros trabalhos com base em pesquisas, comprovam que as mulheres fantasiam e muito. O conteúdo diferencia em parte em relação ao conteúdo das fantasias masculinas. As mulheres são mais propensas a “romancear” as fantasias, os homens são mais “diretos”, no que diz respeito às questões sexuais. Mesmo assim, estão presentes nas fantasias de ambos os sexos, ingredientes ligados ao poder, sedução, conquistas e outros.

[1] Texto apresentado na Especialização em Sexualidade Humana pela Universidade Católica de Pernambuco – UNICAP.

O uso dos prazeres na contemporaneidade – o que é permitido e o que é proibido, segundo critérios éticos.

O uso dos prazeres na contemporaneidade – o que é permitido e o que é proibido,
segundo critérios éticos
[1]

Por: Fernando Gomes de Melo

Falar sobre o que é permitido ou o que deve ser proibido em se tratando da sexualidade humana nos leva a uma discussão anterior a respeito do “normal” e do “anormal”, o que é uma dificuldade enorme dada a diversidade de comportamentos sexuais. Os estudos têm nos mostrado que cada vez mais o relativismo impera neste campo, contribuindo para tanto a cultura e o conceito de “normalidade” de quem o pratica.

O conceito do que chamamos de “normal” também vai depender, a partir do ângulo observado, ou seja, o social, o biológico, o psicológico ou o ético.

Se entendermos que, do ponto de vista social, o normal é o que é frequentemente aceito para determinada sociedade, também podemos ver que dentro de uma mesma sociedade o critério de normalidade é pautado pelo que o indivíduo “acha” que é normal, sendo o que os outros pensam ou façam de diferente qualificado de “anormal”.

Pelo critério biológico, o “normal” seria o pênis penetrar a vagina, ficando todos os outros comportamentos sexuais no campo dos desviados ou “anormais’.

Sob o ângulo da psique, o interesse estaria mais na compreensão dos fenômenos inconscientes que atuam em um indivíduo para levá-lo a se portar desta ou daquela forma do que na definição de “normalidade”. Porém, Freud acreditava que, entre adultos, qualquer forma de comportamento sexual que tomasse precedência sobre a relação heterossexual representaria um desvio no desenvolvimento sexual. Uma relação sexual sadia ou madura implicaria ter como objeto sexual um indivíduo do sexo oposto e como desejo sexual o coito com ele.

Para discutirmos o campo da ética veremos que ela designa o fundamento moral, o estudo dos princípios teóricos que a constitui. Veremos então que a ética é em primeiro lugar uma relação de si para consigo mesmo, para a condução da própria existência. Sendo assim, a ética pode constituir uma moral, se ela se preocupa com o outro, se ela universalizar a regra de sua ação. Desta forma ela constrói a mínima, uma moral para um dado grupo humano, e a máxima, uma moral propriamente dita, valendo para todos, universal.

Assim, o ângulo ético-moral se confunde, em parte, com o social. Os valores de “certo” ou “errado” daquela sociedade é que serão a moral e o “normal” para aquela comunidade. Porém, também encontramos duplo padrão de moralidade no estabelecimento do “normal” à prática de sexo oral ou anal com a amante ou a prostituta, mas não com a esposa.

Vemos que a sexualidade é uma parte integral da personalidade de todo ser humano. O desenvolvimento total depende da satisfação de necessidades humanas básicas, tais quais desejo de contato, intimidade, expressão emocional, prazer, carinho e amor. Também acreditamos que a sexualidade é construída por meio da interação entre o indivíduo e as estruturas sociais. Saúde sexual, e não “normalidade” sexual, é o resultado de um ambiente que reconhece, respeita e exercita direitos sexuais que dão conta de uma moral e ética social.

Cada forma de sexualidade que cada ser humano apresenta – por mais que, aparentemente esta sexualidade se encaixe, ou não, na “norma” ditada pelos costumes da sociedade na qual ele está inserido ela é única.

Entretanto, o porquê de tal forma de sexualidade ser como é pode ser explicada pelo mito que cada um de nós constrói. Neste sentido, o sujeito cria uma ficção para construir sua autobiografia.

Agora, o discurso limita, sim, o sujeito à sua prática sexual. Por exemplo: para muitos, é muito mais chocante descobrir que determinado sujeito, que até então tem tido uma conduta ético-social acima de qualquer suspeita, apresenta práticas sexuais ditas “desviantes”, do que descobrir que este mesmo sujeito cuja prática sexual enquadra-se no que dita a norma, é um perverso em outras esferas da vida social. No entanto, a forma como o sujeito vive sua sexualidade, não constitui nenhuma garantia de normalidade sob outros aspectos. Assim, é comum ouvir-se dizer: “fulano de tal é sádico”, “aquele outro é fetichista”, descobriu-se que aquele sujeito tão correto, honesto e trabalhador, casado e pai de três filhos, tinha práticas sadomasoquistas com uma prostituta!”, e assim por diante, esquecendo-se que o sujeito vai além disso, e que limita-lo à sua prática sexual é uma atitude perversa. O grande problema é que se as práticas sexuais hoje estão bem mais ‘liberadas”, a sexualidade continua sendo um eterno problema.

Sexualidade tem, é importante lembrar, que ser entendida no sentido mais amplo. Ou seja, não apenas a sexualidade genital. Em psicanálise, sexualidade é tudo que dá prazer: comer, dormir, as necessidades fisiológicas, etc.

Neste sentido, o uso dos prazeres devem ser “permitidos” a partir do respeito a normas morais que interditam o sujeito a “práticas que ultrapassem a receptividade e concordância do parceiro(o), que ele(a) possam ser juridicamente e também nas dimensões biológicas e mentais, responsáveis por suas decisões sobre a participação no ato sexual, lembrando que isto não resume ao contato genital.

Com relação a vivência pessoal, salientamos o respeito que o sujeito deva ter com seu próprio corpo, como também com sua integridade mental, respeitando seus limites.

Assim, não poderíamos condenar a zoofilia, sendo esta uma prática de opção voluntária e que cuidados devam ser tomados, nem também, por exemplo, a troca de casais, desde que haja a concordância dos adultos envolvidos.

Salientamos, todavia, a nossa escolha com a interdição de práticas que firam a liberdade de escolha como a necrofia, pelo desrespeito a esta mesma norma de respeito ao outro, além do tabu primário do incesto.

[1] Texto apresentado na Especialização em Sexualidade Humana pela Universidade Católica de Pernambuco – UNICAP.

Sites de Associações Científicas em Sexualidade


Centro de Educação Sexual - Cedus - ONG que desenvolve ações em educação sexual, saúde e cidadania. Promove cursos, seminários, projetos de intervenção comportamental e pesquisas.
Centro de Sexologia de Brasília - Cesex - Entidade que associa profissionais da área da educação e da saúde, prestando serviços voluntários à comunidade, sobretudo no campo da educação e da terapia sexual.
Centro Latino-Americano em Sexualidades e Direitos Humanos - Tem como finalidade produzir, organizar e difundir conhecimento sobre a sexualidade na perspectiva dos direitos humanos.
Comissão de Cidadania e Reprodução - CCR - Grupo de profissionais que buscam monitorar e influenciar as políticas públicas em relação aos direitos sexuais e reprodutivos. Mantém um banco de dados de matérias sobre saúde reprodutiva e produzem suas próprias publicações.
Dependentes de Amor e Sexo Anônimos - Dasa - Fornece apoio aos membros com comportamento obsessivo/compulsivo por sexo ou apego a uma única pessoa.
ECOS: Comunicação em Sexualidade - Tem como objetivo principal trabalhar com sexualidade e saúde reprodutiva junto ao público adolescente.
Grupo de Trabalho e Pesquisa em Orientação Sexual - GTPOS - Organização não-governamental, fundada por psicólogos, psicanalistas e pedagogos. Forma agentes e desenvolve programas de orientação sexual em escolas, projetos e publicações.
Grupo Transas do Corpo - Organização feminista não-governamental de utilidade pública. Educação sexual. Direitos sexuais e reprodutivos. Saúde da mulher.
Ipas@
Rede Saúde - Realiza trabalho de articulação política do movimento brasileiro de mulheres em torno de questões relacionadas aos direitos sexuais e reprodutivos.
Sociedade Brasileira de Estudos em Sexualidade Humana - SBRASH - Busca o aprimoramento profissional e científico de estudiosos e profissionais que tratam dos aspectos da sexualidade humana.